sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

...Shatter Me With Hope!

Porque é que está tudo tão cinzento? Porque é que está tudo tão estranho? Porque insistem em querer derrubar o muro, se nunca tiveram intenção de entrar? De que serve mostrarmo-nos fortes se o que é fraco, ainda tenta bater dentro de nós? Novamente o peso da perda descansa em meus ombros e eu juro, que o tinha arrancado mas as tuas palavras o devolveram ao sitio sem eu me aperceber,… dia a dia foi-se integrando no meu peito como que se nunca tivesse sido despejado. Colocaste-o no sítio, coseste-o com as tuas mãos enquanto anestesiavas-me com as tuas palavras sensoriais. Saravas-me as cicatrizes com aqueles teus beijos, distantes, cálidos e errantes de vidro . Repetiste-me vezes sem conta qual era a sua função e como o devia usar. No dia em que tinha o peito sarado de todas as operações e pronto a usá-lo, as tuas palavras desapareceram. Senti um frio enorme e a escuridão dava conta de todos os meus sentimentos. Sentimentos! Já tinha esquecido qual o significado. Evitava respirar na tentiva de ouvir qualquer murmúrio, mas era em vão! Por vezes é melhor que nos tirem o chão do que ter que caminhar sobre mentiras e promessas, ...às vezes desejava estar morto demais para não sentir a dor de volta. E aqui fico eu, com as mãos enfiadas nos meus bolsos metafóricos, acorrentado ao meu confortável canto do medo. Os meus olhos ateiam fogo aos pensamentos mais obscuros, enquando vejo as cinzas subirem ao céu como se estivessem a dançar algum tipo de valsa. Nem eu acredito no que estou a dizer, mas enquanto estas cicatrizes me fizerem lembrar que o passado é real vou fechar-me dentro de mim e não permitir que cheguem perto, ouvir a minha alma a gritar mas manter sempre a boca calada, chorar mas sempre sozinho!